arTeira trakkinna

sexta-feira, 29 de junho de 2012

SOBRE MIM: também gosto de futilidades, mas não de inutilidades








MEUS OLHOS BRILHAM COM PRETINHOS BÁSICOS, ETC. E TAL



OUTRAS COISITAS MAIS QUE ME FAZEM BRILHAR





MEU MAIOR FETICHE

quinta-feira, 28 de junho de 2012

SOBRE MIM


EU SUBMERGINDO AOS MEUS SEGREDOS

CURIOSIDADES DE UMA AQUARIANA
Dizem que as aquarianas são de vã guarda, que vivem muitos anos a frente de seu tempo, que transgridem, que quebram paradigmas, são desprendidas, são felizes, espiritualizadas,vivem em constante vai e vem, que amam, que choram, sofrem, mas olham sempre para frente. Sou tudo isto, como boa aquariana.
Por essas e outras adoro gente, de toda cor, raça, credo, orientação sexual, enfim gente.
Para conhecer gente gosto de adentrar nos mais diversos universos, pois preciso, sinto fome de conhecimento da alma humana.Numa de minhas andanças por este caminho adentrei ao universo do BDSM, uma forma de vida de muita gente, pelo mundo afora, que inclui o prazer pela Bondage - tipo de imobilização- Dominação, Sadismo( termo advindo de SADE) e Masoquismo ( relacionado a Masoch). Em resumo: pessoas que gostam de se sobreporem às outras e pessoas que gostam de serem subjugadas. Incluindo o erotismo e o apelo sexual nestas vivências.
Bem, como disse, adentrei neste universo para entender porque as pessoas gostam de humilhar, bater, amarrar, introduzir objetos em corpos, etc. e outras que sentem prazer em serem peças desta engrenagem, na condição de "pseudo passivos" (já que tudo é de forma consentida).
Para isto visitei sites que falassem do assunto, conheci pessoas interessantes, inteligentes, outras nem tanto ( só buscavam sexo) e entrei numa rede social voltada para o tema.
Depois de muito conversar, de ver situações, sentir-me até bastante interessada numa vivência, cheguei a uma conclusão e foi nesta rede social que escrevi o seguinte texto:

Pensando bem, estes dias por aqui tem me ensinado muito.
Quando comecei a percorrer, no meu imaginário, pelos caminhos aqui delineados eu achava que poderia encontrar verdades. Haja vistas que acreditamos que aqui muitos se despem e mostram muito do que escondem do mundo.
No principio era tudo intrigante, depois fascinante.
Mas as máscaras caem, mesmo aquelas que supostamente já estavam ao chão.
Percebe-se palavras repetidas, cenas já outrora vividas com outrem. Uma coisa aqui, outra ali e vamos descobrindo que, também aqui, há muita hipocrisia neste universo.
Tudo não passa de um faz de conta ao avesso.Com riscos! Muitos riscos! Especialmente para o equilíbrio emocional. As marcas físicas não são nada em relação as psíquicas. Estas podem nunca sararem.
Critica-se o universo baunilha, fala-se de emoções e sentimentos verdadeiros, mas é tudo balela.
Então me pergunto: por que esta busca desenfreada por emoções que supostamente trazem felicidade, mas que na verdade são tão vulneráveis quanto aquelas marginalizadas por serem tidas como "normais?"
Percebo que aqui não há iguais se buscando, mas cada um, individualmente, buscando no outro repostas para suas indagações. Demonstrando total impotência para encontrar respostas dentro de si mesmos.
Há gente por aqui querendo ser Deus, gigante, ser adorado. Muito narcisismo, creio. Que ser humano tem capacidade de ser pelo menos semi deus? Por outro lado, há tanto (a)s outro (a)s que se transformam em míseros ratos para se punirem, se flagelarem, como se um suposto DEUS, homem ou mulher, pudesse pulhar seus pseudos pecados.

Por isto, revendo_ME me redescubro. Sou uma baunilha, vanilla, planifolia, como queiram. Só quero "comer, amar e rezar". Beijar na boca, dormir de conchinha, sentir medo de perder, brigar para depois fazer as pazes, enfim...brincar de ser feliz, como todo mundo. Mas acima de tudo não crer mais em tanta baboseira. Quem foi disse que baunilha não tem sabor? Que não tem gosto? Tem sim. Experimentemos um licor de maçã com um toque de baunilha e depois a mesma bebida sem esta essência...hum, é totalmente diferente.

E, parafraseando um influente politico, digo: Beijo pra quem for beijo, abraço para quem for abraço! E, não se enganem: os S/m também mentem, trapaceiam, traem, se escondem atras de suas próprias incapacidades, assim como qualquer mortal. Não é ser Sado, sub, switer ou baunilha que garante paz e serenidade, mas a capacidade de lidar com os próprios sentimentos e ser feliz sozinho, tendo no outro apenas uma completude! Buscar no outro, como diz os Nonatos, "a metade de dentro feita fora de mim".

quarta-feira, 27 de junho de 2012

ARTE: Edvard Munch 4


"Separation"-Munch

Um coração morto em um mundo morto
Esta é uma pintura bonita. A figura segurando o coração dele é a personificação do amor perdido, enquanto a silhueta fantasmagórica de uma mulher é apenas um ícone de entes assombrados; passado e memórias.
Transparece que Munch pintou esta triste imagem para incorporar o conceito de dor, apresentando uma imagem de espelho para aqueles que tinham vivido os ensaios, os dramas, os infortúnios e fardos de amor e romance.
A pintura parece sugerir que a separação ocorre e deixa nos corações a tristeza não porque são superadas pela dor e arrependimento, mas porque parecem mortos para o mundo e também o mundo morto para os seres.

ARTE: Edvard Munch 3


"Madonna"-Munch
Fazendo uma leitura desta obra, percebe-se uma mulher, de olhos fundos, quase fechados que nos permite pensar que o pintor quer chamar à atenção para o êxtase da concepção, o auge do amor, mas também uma dor subjacente.
A mulher é retratada nos seus múltiplos aspectos, um mistério para o homem: uma Mulher que é ao mesmo tempo uma aura de santa, a entrega forçosa da prostituta e o abandono de uma criatura angustiada, infeliz.
No quadro de Munch não há nenhuma separação entre o espiritual e o sensível.
O cristianismo separou a mulher sensual da espiritual. Ou uma mulher era boa, decente, obediente e virtualmente assexuada, ou era má, imoral, indecente e sexual. A virgem Maria e a prostituta Maria Madalena separaram-se.
Que pensamento feliz de Munch! Casar as duas Marias! Nem prostituta, nem virgem, mas algo completamente novo.
A Madonna é chocante, perturbadora e formidável.
Aureolada pela vermelhidão da sensualidade, do erotismo que despe e dispõe todo o corpo da mulher na tela. Podemos quase sentir o olhar fixo daquele bando de serpentes invisíveis escrevendo na cabeça dela. Mas, também podemos sentir, nos seus olhos, a memória de um terror superado: a imagem de uma jovem menina sentada às margens de sua vida de mulher.
Não estariam aqueles olhos impenetráveis, de pálpebras pesadas, também escondendo o sofrimento profundo das duas Marias?

ARTE: Edvard Munch 2


FREDERICH NIETZSCHER, 1906
Oil on canvas
Nietzsche de costa para o horizonte, incluindo as formações montanhosas atrás de sua cabeça, provoca a ideia de mudança de cenário; deixa a perspectiva de paisagem para transformar-se em símbolo da iluminação( pensamento) derramada da mente do grande filósofo. Nietzsche fica em uma ponte ( da vida) que tem vista para o mundo girando abaixo e sua expressão revela um que de profundidade no pensamento, de pé, num ponto mais alto, mais perto do céu do que das montanhas abaixo. Uma descrição bela e precisa deste mestre do pensamento. Pode-se quase sentir o que ele está pensando ...

O quadro também parece apresentar a ideia de um novo homem, no contexto europeu das primeiras décadas do século XX. Parece nos remeter a Übermensch (o além-homem) de Nietzsche. Esse ser humano proposto pelo pensador alemão, que vive para além do bem e do mal, livre das amarras da noção de sujeito e identidade e de códigos morais, que falou bem alto aos corações dos jovens artistas do expressionismo, que se entregaram ao caos casos, tanto na arte quanto na vida, à liberdade sexual (até a perversões), às drogas, enfim, a tudo que transgredisse as formas de vida da burguesia contemporânea.

ARTE: Edvard Munch 1


O Grito (no original Skrik) é uma série de quatro pinturas do norueguês Edvard Munch, a mais célebre das quais datada de 1893. A obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero existencial. O plano de fundo é a doca de Oslofjord (em Oslo) ao pôr-do-Sol. O Grito é considerado como uma das obras mais importantes do movimento expressionista e adquiriu um estatuto de ícone cultural, a par da Mona Lisa de Leonardo da Vinci. A série tem quatro pinturas conhecidas: duas na posse do Museu Munch, em Oslo, outra na Galeria Nacional de Oslo, e outra em coleção particular. Em 2012, esta última tornou-se a pintura mais cara da história a ser arrematada, num leilão, por 119,9 milhões de dólares. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito_(pintura))
"Buscando uma linguagem concebida como primitiva, donde o fascínio pela arte africana, por desenhos de criança e de deficientes mentais, com o objetivo de alcançar uma comunicação a mais universal possível, e, está claro, anti-racional (ou irracional), antiburguesa, essa vanguarda modernista elegeu o grito como ato de desespero, fruto de uma sufocação social e senso de solidão e incompreensão, que apenas o advento de um novo homem, pós-apocalíptico, poderia eliminar. O homem que grita na tela de Munch, num efeito cromaticamente sinfônico (as cores berrantes, as formas torcidas, o rosto horrendo, não humano da figura, tudo isso está gritando), é um ser solitário, vítima da indiferença de um casal que se aproxima e representa toda a sociedade

terça-feira, 26 de junho de 2012

"Mulheres que brilham:' Fanny Crosby, um exemplo de vida



Fanny Crosby
Cega desde criança, Fanny Crosby tornou-se a maior compositora de hinos sacros de toda a História.




A vida da poetisa e compositora Fanny Jane Crosby (1820-1915) é tăo impressionante quanto à qualidade e quantidade de seus hinos. Ao todo săo quase nove mil hinos que incentivam a mudança de vida de pecadores, encorajam cristăos e inspiram toda a humanidade até os dias de hoje. É difícil ficar passível diante da força das palavras do hino 15 do tradicional Cantor Cristăo, cujo título é Exultaçăo: A Deus demos glória, com grande fervor, Seu Filho bendito por nós todos deu / A graça concede ao mais vil pecador, abrindo-lhe a porta de entrada no céus / Exultai, exultai, vinde todos louvar a Jesus, Salvador, a Jesus redentor / a Deus demos gloria, porquanto do céu, seu filho bendito, por nós todos deu! A beleza e o poder contidos nesses versos surpreendem ainda mais por terem sido escritos por uma mulher que ficou cega com apenas seis semanas de vida. Sua vida foi a prova de que dificuldade alguma pode conter a unçăo de Deus, nem mesmo tirar o prazer de um dos servos. Em outro de seus mais famosos e belos cânticos, intitulado Segurança, ela escreveu: Vivo feliz, pois sou de Jesus, e já desfruto o gozo da luz [...] Canta minha alma, canta ao Senhor, rende-lhe sempre ardente louvor.
Outra curiosidade na vida da maior autora de hinos da história da musica sacra é o fato de ela ter escrito seu primeiro cântico aos 44 anos.

Infecçăo nos olhos - Nascida em 24 de março de 1820 no município de Putnam, em Nova Iorque, Fanny tinha pouco mais de um mês de vida quando sofreu uma infecçăo nos olhos. O clínico geral estava fora da cidade e um outro médico fora chamado para tratar do caso. Receitou cataplasmas de mostarda quente e o efeito foi desastroso: a menina ficaria cega pelo resto da vida. O "médico" teve de fugir da cidade, tamanha a revolta suscitada entre os parentes e vizinhos do bebê.
Aos cinco anos, foi levada pela măe para consultar o melhor especialista no país, o Dr. Valentine Mott. Uma coleta feita entre os vizinhos pagou a viagem. O pai de Fanny já havia morrido e a situaçăo financeira da família era muito difícil. O sacrifício, infelizmente, foi em văo, já que o médico decretou o caso como incurável.
A menina teve entăo de acostumar-se as dificuldades, ao mesmo tempo em que demonstrava uma habilidade incomum para compor poesias.
Naquela época, a mensagem do Evangelho foi plantada no coraçăo da jovem Fanny, por intermédio de sua avó. Era ela quem passava horas lendo Bíblia para a menina, que demonstrava ter uma memória extraordinária: decorou diversos trechos do Livro de Rute e dos Salmos. Aos 15 anos, ela entrou para o Instituto de Cegos de Nova Iorque, para onde voltaria anos depois para ensinar Inglês e História. Como aluna e professora, Fanny passou 35 anos na mesma escola.

Testemunho do fé - Em 1844, escreveu seu primeiro livro de poemas - A menina cega e outros poemas. Uma de suas primeiras participaçơes como compositora aconteceu em um dos cultos de Dwight L. Moody, um dos maiores pregadores da história do Evangelho, que realizava uma conferência na cidade de Northfield, no estado de Massachussetts. Impressionado com o talento de Fanny, Moody pediu que ela contasse o testemunho pessoal de sua fé e de seu relacionamento com Deus. Assustada, Fanny a princípio relutou, mas depois leu a letra de um hino que acabara de escrever: Eu o chamo de meu poema da alma. Ás vezes, quando eu estou preocupada, eu repito isto para mim mesma, e essas palavras trazem conforto ao meu coraçăo, disse ela, antes de recitá-lo. O hino, é verdade, năo é citado em sua biografia, mas isso, de fato, pouco importa, já que poderia ser qualquer um daquelas centenas de cânticos que embalaram o avivamento americano no século 19, período que ficou conhecido como O Grande Despertamento. Naquela ocasiăo, os momentos de apelo à conversăo eram frequentemente inspirados por palavras como as do hino Mais perto da Tua cruz, composto por Fanny Crosby, em 1 868: Meu Senhor sou Teu / Tua voz ouvi, a chamar-me com amor [...] mais perto da Tua cruz leva-me, ó Senhor. Fanny era membro da Igreja Episcopal Metodista, de Nova Iorque. Ela era uma oradora devota e frequentemente preparava os cultos infantis da igreja.

Casamento - Em 1858, Fanny casou-se com o professor de música e cantor de concerto Alexander Van Alstyne. Nessa época, ela havia deixado o ensino para acompanhá-lo tocando piano e harpa em apresentaçơes públicas. Compôs diversas cançơes populares nesse período. Na mesma ocasiăo, a vida trouxe-lhe urna das maiores afliçơes que uma pessoa pode enfrentar: a perda de um filho. A criança, seu único filho, morrera ainda pequena.
Em 1864, por influência do famoso evangelista, escritor e compositor William Bradbury, que tem dezenas de cançơes registradas nos hinários e cantores cristăos até hoje, Fanny passou a escrever exclusivamente musicas sacras. Apaixonada por crianças e motivada pela perda irreparável de seu filho, a compositora criou um estilo próprio: Achei que as crianças também tinham de entender as letras e as melodias teriam de ser simples também. Ela esforçou-se para retratar os temas do céu e o retorno de Cristo com palavras simples.

Ímpeto criativo - O número extraordinário de composiçơes da autora pode ser explicado năo só pelo ímpeto criativo de Fanny, mas também pelo fato de ela ter um contrato de trabalho com uma editora, a Biglow & Co., que a obrigava a entregar três composiçơes novas a cada semana. Ela chegou a compor sete cançơes em apenas um dia. Como de hábito, năo iniciava seu trabalho sem antes dedicar horas à oraçăo.
Curiosamente, Fanny năo escrevia as letras de seus hinos, por nunca ter dominado o método Braille. Dona de uma memória extraordinária, memorizava-as facilmente. Quando morreu, aos 94 anos, amigos e parentes escreveram na lápide de sua sepultura: Ela fez o máximo que pôde. Sem dúvida, foi uma heroina da fé.

Fonte: Revista Graça, ano 2, n.º 25 – Agosto/2001 (Texto de Marcelo Dutra)

Literatura/romance; Quando Nietzcher Chorou



Vale a pena ler


Quando Nietzsche Chorou

Quando Nietzsche Chorou é um romance de língua estrangeira e o primeiro livro do psicoterapeuta e professor Irvin D. Yalom, o qual descreve uma saga inesquecível, envolvente e intrigante, cujos elementos constituintes do texto são a ficção mesclada com a realidade, um drama de amor, que ressalta a fé e a vontade.
O enredo se dá em Viena, no século XIX, tendo como característica subjacente a efervescência intelectual daquele lugar.
Três personagens se destacam no enredo, sem, contudo, negar a importância dos demais. São eles: o brilhante filósofo alemão Frederich Nietszche, Josef Breuer, um dos pais da psicanálise, e o jovem médico Sigmund Freud.
No inicio do romance Nietzscher é apresentado como um ser em desespero, com tendências suicidas, chamando a atenção da insinuante jovem russa Lou Salomé, a qual participava de um triângulo amoroso com ele e Paul Ree, fazendo-a buscar em Josef Breuer, num encontro no Café Sorrento, tratamento para ele, através da psicanálise. A partir daí vai promovendo encontros sistemáticos entre os dois, visando descobrir a origem do problema do filósofo. Isto, sem que ele soubesse da intenção dela, pois esta sabia que Nietszcher não cria em ajudas desinteressadas.
Breuer aceita, com certa relutância, realizar uma terapia experimental, através de conversas, com o então ignorante paciente. Mas, ao empreitar tal tarefa ele descobre que somente ajudaria Nietzcher a curar-se se ele próprio enfrentasse seus próprios dilemas existenciais.
Começa, então, o mergulho de dois importantes e brilhantes homens às profundezas de suas almas e às descobertas de suas obsessões românticas. Nasce ai um intenso pacto e com ele a descoberta da força e poder da amizade.
Algumas questões intrigava Breuer: como tratar alguém que não quer ser tratado? Por que a obstinação em não ser ajudado? Na visão dele, Nietzcher era orgulhoso e obstinado.
As primeiras e intensas observações não geraram acordo possível para o tratamento, mas, uma vez em maior desespero o filósofo rende-se ao fato de ser ouvido por Breuer, embora de forma inconsciente. Assim o psicanalista começou a penetrar na inviolável psique do então paciente.
Entretanto só foi possível esta penetração dado um acordo (pacto já mencionado) de tratamento recíproco.
Breuer poderia tratar a enxaqueca do filósofo desde que deixasse que ele tratasse sua mente.
O psicanalista era muito conhecido e tido como renomado clinico, devido a descoberta da importância da capacidade ouvir os pacientes e quão importante era este ato no tratamento das doenças psíquicas.
Durante muito tempo tratou, através desta terapia, a histeria da bela jovem Bertha, provocando, de forma involuntária, o ciúme de sua esposa Mathilde. Isto o angustiava. Apresentava-se um dos seus primeiros dilemas pessoais: era para isto que havia lutado por tantos anos?
Ele já havia falado com Sigmund Freud sobre um sonho recorrente, tentando entender seu significado, piorando sua situação.
Afastado de Bertha, ele desce ao âmago de sua psique, calcado nas fortes e intrigantes arguições e argumentos de Nietzscher. Sua compreensão começa a se dar a partir da impiedade do filósofo em confrontá-lo, de forma dura e implacável. Especialmente, no que tange a estrutura familiar e a “paternalidade” de suas escolhas. O filósofo leva-o a compreensão de que ele não é responsável pelas escolhas até então realizadas. Ele havia sido moldado pela esposa e os caminhos até o momento presente não foram dados a percorrer por decisão própria, mas por influência de outros, inclusive amigos. Sentiu-se rasgado emocionalmente, enfrentando o torpor que a sociedade havia lhe imposto.
Breuer, clínico, via-se agora sendo tratado por um cruel e implacável médico, “cirurgião” de almas, o qual lhe cortava a mente em busca do mal que o atormentava. Fazendo-o perceber-se como um ser idiossincrático, portanto irrepetível. Era o mestre sendo ensinado pelo aprendiz. O filósofo paciente trata o clínico, levando-o à autoconsciência, orientado pela hipnose proposta por Freud. Conduzindo-o a visão de Bertha em intimidade com outro clínico, fazendo-o perceber a não santidade de seus momentos com ela. Fazendo-o descobrir a não unicidade dos encontros com a moça.
O clínico vive então uma catarse, chegando a sentir-se tão ridículo ao ponto de acordar para a necessidade de tomar as rédeas de sua vida. Estava curado.
Para desespero de Nietzcher Breuer afirmava estar curado. Portanto o pacto estava comprometido e a amizade também.
“Nietzsche, a maior parte do ano doente, acossado por doenças do foro psiquiátrico acompanhadas de graves manifestações somáticas, era um homem deprimido. A atravessar desertos de solidão. Uma solidão altiva, desejada, própria dos fortes.A sua imaginação febril, afetada pelo rompimento com Wagner, ficou fundamente abalada com as notícias da irmã Elizabeth sobre o que Lou fazia correr sobre ele na sociedade. A traição de novo a corroer-lhe as entranhas. Está condenado a viver só com o seu mal. Longe do mundo e dos homens. Voltaria a galgar o alto Engadine de onde administraria, na companhia da sua querida e orgulhosa dor, o vasto e exclusivo império do seu EU, tanto mais robusto quanto mais sofrido( resumo, in, http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_2980.html )”.
Passado algum tempo Breuer se dá conta de que a anunciação de sua cura se deu em meio à imensa tristeza do amigo, médico da mente, sentindo a necessidade de voltar a preocupar-se com ele, lembrando que prometera ajudá-lo. Percebeu uma fragilidade no filósofo, que até então tinha sido duro, implacável e que sempre vencia os embates com ele. Partiria por este caminho, a fragilidade, para levá-lo á cura. Por outro lado ele necessitava ver-se não como paciente de Nietszcher, mas como inicialmente se propusera um clínico.
Apercebido que Bertha havia sido a chave de suas angustias, de sua obsessão romântica, levou Nietszcher ao reencontro, no âmago de seu ser, por analogia, ao reencontro com Lou Salomé e como ele, buscou na ciência de Freud o bisturi para dilacerar a alma do filósofo. Foi impiedoso ao deferir-lhe arguições e argumentos, estirpando-lhe seus males mais escondidos, origem das insônias, enxaquecas, angustias, dilaceramento do coração, etc.
Nietszcher, a exemplo do seu agora clínico, o qual se apercebeu que Bertha não vivia em função unicamente dele, chorou, chorou e chorou. Tornara-se humano ao se da conta que a atenção, os desejos, os sentimentos de Lou Salomé não se dirigiam somente a ele. Era agora um homem, nem mal nem bom, apenas um humano.










Bem para quem não gosta de ler e gosta de filme há um boa adaptação cinematográfica que trata do mesmo enredo.
Boa leitura, de preferência num lugar bem aconchegante.
Bom filme, acompanhado de uma bacia de piopcas