arTeira trakkinna

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Projeto didático:Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô...o carnaval do pre escolar chegou




Projeto didático





Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô...o carnaval chegou





Allah-la-ô (marcha/carnaval)
Haroldo Lobo
Composição: Haroldo Lobo e Nássara - 1941




Projeto didático



Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô...o carnaval chegou



Allah-la-ô (marcha/carnaval)
Haroldo Lobo
Composição: Haroldo Lobo e Nássara - 1941
Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô
Atravessamos o deserto do Saara
O Sol estava quente, queimou a nossa cara
Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô...
Viemos do Egito
E muitas vezes nós tivemos que rezar
Allah, Allah, Allah, meu bom Allah
Mande água pro iôiô
Allah, meu bom Allah,
http://letras.terra.com.br/haroldo-lobo/691753/
Justificativa
Os alunos, desde cedo, se deparam, direta ou indiretamente, com situações carnavalescas. Seja através das chamadas midiáticas, como as do rádio e da TV, seja através de familiares e mesmo das próprias crianças, motivadas pelos adultos.
É uma manifestação cultural popular
Assim sendo, o carnaval se constitui num excelente objeto de conhecimento a ser desvendado. Em especial por sua significância social e cultural, mas também porque permite múltiplas situações de integração de conteúdos e de interdisciplinaridade. Além disto, o carnaval também pode suscitar diversos questionamentos a respeito de nossa ancestralidade africana. E como tal não pode ser dissociado das práticas escolares.
Objetivo Geral
Promover o estudo do carnaval como um conteúdo que levará os alunos a valorizarem a festa como um evento com fortes raízes na cultura africana.

Objetivos específicos
• Conhecer, através de fotos de jornais e/ou revistas, as diversas manifestações carnavalescas no Brasil;
• Organizar uma exposição de fotos sobre o carnaval brasileiro, (especialmente o da cidade, da Paraíba, de Recife e Olinda, Salvador e Rio de Janeiro, dando destaque para as danças, adereços, fantasias, mascaras, personagens, etc.)
• Cantar e dançar marchinhas de carnaval;
• Ouvir, decorar, cantar e dançar marchinhas de carnaval;
• Ler, mesmo sem saber ler, marchinhas de carnaval, previamente decoradas, ajustando o que sabe de cor com o que está escrito;
• Escrever palavras do universo carnavalesco, completando textos (marchinhas) que sabe de cor;
• Pintar o corpo vestir-se como personagens do carnaval e imitá-los, através da dança e das mímicas;
• Participar do baile de carnaval.
Conteúdos

• Manifestações carnavalescas na cidade, no Estado e no Brasil;
• Música de carnaval (marchinhas);
• Danças carnavalescas (marchinhas);
• Leitura e escrita de marchinhas;
• Lista de palavras do universo carnavalesco;
• Fantasias de carnaval;
• Fotografia fotos sobre o carnaval.
Atividades

• Contar histórias breves que abordem a temática carnaval;
• Através de vídeos, pesquisa em TV, revistas, jornais, etc., ressaltar as diversas maneiras de comemorar o carnaval (Músicas, danças, mela-mela, ruas, blocos, bailes, concursos de fantasias, desfile de escolas de samba, etc.).
• Providenciar suportes que contenham fotos ou imagens para que as crianças possam visualizar algumas manifestações carnavalescas e ritmos diversos (Samba, maracatu, boi, frevo, axé, marcinhas, etc.);
• Roda de conversa: que personagens do carnaval gostariam de ser? Por quê? O que fazer para que isto aconteça?
• Confecção de máscaras: Pintar as máscaras com as crianças, em seguida trabalhar as músicas, ritmo e expressão corporal.
• Confecção de colares: com canudos e cordão, confeccionar colares coloridos;
• Maquiagem: promover o momento da pintura ao corpo, conforme personagem escolhido pela criança (palhaços, bichos, flores, mascara, etc.);
• Organização de uma exposição de fotos;
• Ouvir, decorar e cantar marchinhas;
• Imitar passos de dança de marchinhas;
• Leitura e escrita de marchinhas que sabe de cor;
• Leitura e escrita através da ordenação de marchinhas.
• Reconto de histórias sobre o carnaval;
• Rodas de leitura com contos carnavalescos;
• Apresentação de marchinhas, para o grande grupo, no baile.
Produto final
Realização, junto com os demais alunos, de um baile de carnaval com a participação de todos, inclusive quanto à decoração do ambiente.
Apresentação de cantos e dança de marchinhas, com alunos vestidos a caráter.
Cronograma
28/02 a 04/03/2011
Apresentação das marchinhas e o Baile: 4/2/2011
Sugestões de Musicas
Marchinhas
Mamãe Eu Quero
Composição: by Marcha De Jararaca E V. Paiva
Mamãe eu quero, mamãe eu quero,
Mamãe eu quero mamar!
Dá a chupeta! Dá a chupeta! Ai! Dá a chupeta
Dá a chupeta pro bebê não chorar!
Dorme filhinho do meu coração!
Pega a mamadeira e entra no meu cordão.
Eu tenho uma irmã que se chama Ana:
De piscar o olho já ficou sem a pestana.
Eu olho as pequenas, mas daquele jeito
E tenho muita pena não ser criança de peito!...
Eu tenho uma irmã que é fenomenal:
Ela é da bossa e o marido é um boçal!
A Pipa Do Vovô
Composição: Sílvio Santos
A pipa do vovô nao sobe mais!
A pipa do vovô nao sobe mais!
Apesar de fazer muita força,
O vovô foi passado pra trás!
A pipa do vovô nao sobe mais!
A pipa do vovô nao sobe mais!
Apesar de fazer muita força,
O vovô foi passado pra trás!
Ele tentou mais uma empinadinha,
Mas a pipa não deu nenhuma subidinha.
Ele tentou mais uma empinadinha,
Mas a pipa não deu nenhuma subidinha
A pipa do vovô nao sobe mais!
A pipa do vovô nao sobe mais!
Apesar de fazer muita força,
O vovô foi passado pra trás!
Bandeira Branca
Composição: Max Nunes / Laércio Alves
Bandeira branca, amor
Não posso mais.
Pela saudade
Que me invade eu peço paz.
Bandeira branca, amor
Não posso mais.
Pela saudade
Que me invade eu peço paz.
Saudade, mal de amor, de amor...
Saudade, dor que doi demais...
Vem, meu amor!
Bandeira branca eu peço paz.
Bandeira branca, amor
Não posso mais.
Pela saudade
Que me invade eu peço paz.
Bandeira branca, amor
Não posso mais.
Pela saudade
Que me invade eu peço paz.
Nós, Os Carecas
Marchinhas de Carnaval
Nós, nós os carecas
Com as mulheres somos maiorais
Pois na hora do aperto
É dos carecas que elas gostam mais
Não precisa ter vergonha
Pode tirar seu chapéu
Pra que cabelo? Pra que seu Queiroz?
Agora a coisa está pra nós, nós nós...
Acorda, Maria Bonita

Composição: Antônio dos Santos
Acorda Maria Bonita / Levanta vai fazer o café
Que o dia já vem raiando / E a polícia já está de pé
Se eu soubesse que chorando / Empato a tua viagem
Meus olhos eram dois rios / Que não te davam passagem
Cabelos pretos anelados / Olhos castanhos delicados

Quem não ama a cor morena / Morre cego e não vê nada
A Jardineira
Composição: by Benedito Lacerda-Humberto Porto
Oh! jardineira porque estás tão triste?
Mas o que foi que te aconteceu?
Foi a camélia que caiu do galho,
Deu dois suspiros e depois morreu.
Vem jardineira! Vem meu amor!
Não fiques triste que este mundo é todo seu.
Tu és muito mais bonita
Que a camélia que morreu.
http://letras.terra.com.br/marchinhas-de-carnaval/
Personagens do universo carnavalesco
Rei Momo
Rainha do carnaval;
Pierrô;
Arlequim;
Colombina;
Papangu;
Boi;
Mestre sala;
Porta bandeira;
Passistas;
Etc.
Sugestão de atividade de leitura e escrita
• Decorar as marchinhas a partir da audição da letra e melodia;
• Cantar as marchinhas;
• Em dupla, adequar o que sabe de cor com o que está escrito, cantando e apontando as palavras equivalentes, com o dedo;
• Pintar, no texto, as palavras indicadas, oralmente;
• Pintar da mesma cor as palavras, do texto, que começam ou terminam com a mesma letra;
• Escolher, em meio aos vários títulos das marchinhas aprendidas aquela ditada pela professora;
• Escrever os nomes dos personagens do carnaval, previamente trabalhados, embaixo das figuras;
• Ligar palavras aos desenhos (figuras do universo carnavalesco, especialmente das marchinhas. Por exemplo, pipa-vovo/bebê-chupeta/
• Etc.



O Diário de Pierrô.
O mundo, segundo o Etinólogue, o maior catálogo de idiomas do globo, nascido para a divulgação da Bíblia para os mais diversos povos, mas que acabou prestando um auxílio mais científico que religioso, existem cerca de 8 mil línguas e 7 mil dialetos, muitos dos quais têm a tendência de sumirem com o decorrer do século XXI e o avanço da internet com sites em inglês e outros idiomas com maior grupo de falantes. Segundo a mesma estimativa, o nosso Português ocupa uma das dez primeiras posições do ranking, antecedido pelo Mandarim, Inglês, Espanhol e Francês.
O idioma é a base de uma cultura, pois através dele é que os falantes criam a estrutura de seus pensamentos e seu dia a dia. Inclusive, o genial pensador e educador Lev Vygotsky, escreveu grandes textos sobre o tema, ressaltando que a linguagem é a fonte de produção de nossos conceitos. Agora pensemos: Se a língua tem tal importância, o que ocorre quando ela desaparece? Segundo o fantástico relato de Frei Bartolomeu de Las Casas, jesuíta espanhol responsável pelas principais denúncias dos europeus, sobretudo espanhóis, nas Américas: "O massacre dos indígenas era tão massivo que muitos idiomas desapareceram por não haver quem os falasse". A invasão européia exterminou, além dos povos residentes, toda a cultura local. Diversos pontos da História também registram casos semelhantes, como os invasores romanos que influenciaram toda a Europa com sua língua, que seria reformulada, dando origem, séculos depois aos idiomas neo-latinos.
Respondendo a pergunta, quando uma língua morre ou se modifica radicalmente, seu conteúdo, vivo sobretudo em seus textos literários, lendas e cantigas populares, também some; salvo excessões. No seriado A Muralha, adaptação da Rede Globo feita em homenagem aos 500 anos do Brasil, baseado no deleitoso romance de Dinah Silveira de Queiroz, em uma de suas cenas, o galante Dom Guilherme canta ao violão a canção medieval Una Pastora Yo Ami. Os acordes nos levam ao passado e nos fazem lembrar as belas Canções de Amigo (tema que muitos aprendem no Ensino Médio e desdenham). A letra da melodia está grafada em um idioma curioso, o Ladino. Tal língua foi o meio de comunicação que as comunidades judáicas na Espanha medieval utilizaram e que acabou por modificar-se do hebráico em um misto de poucas palavras de origem com muitas construções léxicas e sintáticas, além de ortográficas e alfabéticas, ocidentais.
No Brasil encontra-se um curioso dado estatístico: Existem em nossas terras 188 línguas, sendo uma a portuguesa e as demais indígenas. A maior parte, porém é a uma variação dialetal do Tupi (grupo maior), do Guarani e do Jê. Segundo a LDB 9394/96 (texto de Darcy Ribeiro e outorgada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso), as matrizes culturais afro-ameríndias devem ter o mesmo valor de aplicação das européias. Só que na prática isso não ocorre e boa parte da cultura desses povos que constituem nosso país é perdida. Um exemplo disso é a própria religião africana que condensou-se nessas terras brasileiras por razões sociológias e políticas que serão abordadas em outro tópico posteriormente. O Candomblé trouxe consigo uma gama profunda de cantigas e lendas Yorubás e de outros grupos, porém o tempo, a mistura de tribos africanas antes sem ligação, o convívio com o idioma português e a pressão governamental em favor da aculturação, terminaram por relegar ao esquecimento soma importante desse conteúdo. A Umbanda, sincretismo religioso consolidado com bases candomblecistas, kardecistas e católicas, já nasceu utilizando o Português, salvo raras expressões africanas, como as invocações dos orixás. Um exemplo disso é o Odoya Yemanjá! Laroye Exu! e assim por diante.
Todo esse processo ocorre pela necessidade da praticidade que os povos têm. Assim como o alfabeto Maximiliano (que ainda hoje vive através das letras maiúsculas do teclado de computadores), renovou e tornou mais viável a escrita, os idiomas ascendem em franca expansão, contudo há de se pensar que mesmo que certos idiomas caiam em desuso, seu conteúdo precisa ser preservado para as futuras gerações entenderem melhor seu passado, assim como é feito com o Latim, que mesmo já oficializada como "língua morta", ainda conserva estudiosos e falantes (além da Cidade do Vaticano tê-lo como idioma oficial).
De toda forma, o certo é que a maior parte dos idiomas falados há de desaparecer nesse século, seja pela imposição da internet com sites escritos em inglês ou pela falta de interesse das atuais e vindouras gerações em relação à língua de raíz. Caso que se pode citar é o grupo dos descendentes incas habitantes da Bolívia, Equador e Peru, que não veem mais o porquê de aprenderem o Quíchua, fala corrente desse grupo indígena, substituindo-o pelo Espanhol. Pode-se entender isso como uma rápida conversa com os imigrantes bolivianos em São Paulo ou os peruanos e equatorianos no Rio de Janeiro. Apenas os que possuam quarenta anos em diante têm a possibilidade de um raso conhecimento idiomático do Quíchua. Abaixo dessa idade, somente um estudante formal do idioma o conhecerá e será falante. Eis mais um belo idioma que fenece...
Outro caso curioso é o grupo dos ciganos, que mesmo fechando-se em comunidades restritas e querendo se manterem distantes das outras culturas, tem visto a corrupção idiomática, mesmo que lenta, de sua fala. O Romani (ou Romanês, ou Romanô), hoje já não preserva o conteúdo léxico do passado. Inclusive, muitos ciganos, já sendentários, nem mesmo utilizam tal língua para a comunicação e sim o idioma da região onde habitam.
Lembremos da grande imigração chinesa que vem ocorrendo no Brasil nos últimos anos. Muitos cidadãos chineses têm vindo do oriente para trabalharem em pastelarias e ofícios do gênero. E qual o brasileiro que não deparou-se curioso de entender o que os mesmos conversam entre si quando estão entre um lanche e outro? Aí vem, certamente, mais um grupo linguístico para somar com os demais que constrõem o Português desse país. Os mulçumanos que habitam e apregoam sua fé nas esparsas mesquitas brasileiras, começam o estudo do Árabe por aqui de forma que muitos vão citando passagens do Alcorão no texto original.
Muitos grupos vêm por aí e o que resta é ver o tempo passar e entender que todas as alterações existem por necessidade de uma expansão do gênero humano. O texto não foi necesário para englobar tudo o que esse fascinante tema linguístico-sociológico tem para oferecer, porém que ele seja uma introdução ao tema para que mais e mais pessoas possam continuar preservando a cultura e as suas produções.
http://pierromascarado.blogspot.com/2010/10/o-diario-de-pierro.html


O Diário de Pierrô.
O mundo, segundo o Etinólogue, o maior catálogo de idiomas do globo, nascido para a divulgação da Bíblia para os mais diversos povos, mas que acabou prestando um auxílio mais científico que religioso, existem cerca de 8 mil línguas e 7 mil dialetos, muitos dos quais têm a tendência de sumirem com o decorrer do século XXI e o avanço da internet com sites em inglês e outros idiomas com maior grupo de falantes. Segundo a mesma estimativa, o nosso Português ocupa uma das dez primeiras posições do ranking, antecedido pelo Mandarim, Inglês, Espanhol e Francês.
O idioma é a base de uma cultura, pois através dele é que os falantes criam a estrutura de seus pensamentos e seu dia a dia. Inclusive, o genial pensador e educador Lev Vygotsky, escreveu grandes textos sobre o tema, ressaltando que a linguagem é a fonte de produção de nossos conceitos. Agora pensemos: Se a língua tem tal importância, o que ocorre quando ela desaparece? Segundo o fantástico relato de Frei Bartolomeu de Las Casas, jesuíta espanhol responsável pelas principais denúncias dos europeus, sobretudo espanhóis, nas Américas: "O massacre dos indígenas era tão massivo que muitos idiomas desapareceram por não haver quem os falasse". A invasão européia exterminou, além dos povos residentes, toda a cultura local. Diversos pontos da História também registram casos semelhantes, como os invasores romanos que influenciaram toda a Europa com sua língua, que seria reformulada, dando origem, séculos depois aos idiomas neo-latinos.
Respondendo a pergunta, quando uma língua morre ou se modifica radicalmente, seu conteúdo, vivo sobretudo em seus textos literários, lendas e cantigas populares, também some; salvo excessões. No seriado A Muralha, adaptação da Rede Globo feita em homenagem aos 500 anos do Brasil, baseado no deleitoso romance de Dinah Silveira de Queiroz, em uma de suas cenas, o galante Dom Guilherme canta ao violão a canção medieval Una Pastora Yo Ami. Os acordes nos levam ao passado e nos fazem lembrar as belas Canções de Amigo (tema que muitos aprendem no Ensino Médio e desdenham). A letra da melodia está grafada em um idioma curioso, o Ladino. Tal língua foi o meio de comunicação que as comunidades judáicas na Espanha medieval utilizaram e que acabou por modificar-se do hebráico em um misto de poucas palavras de origem com muitas construções léxicas e sintáticas, além de ortográficas e alfabéticas, ocidentais.
No Brasil encontra-se um curioso dado estatístico: Existem em nossas terras 188 línguas, sendo uma a portuguesa e as demais indígenas. A maior parte, porém é a uma variação dialetal do Tupi (grupo maior), do Guarani e do Jê. Segundo a LDB 9394/96 (texto de Darcy Ribeiro e outorgada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso), as matrizes culturais afro-ameríndias devem ter o mesmo valor de aplicação das européias. Só que na prática isso não ocorre e boa parte da cultura desses povos que constituem nosso país é perdida. Um exemplo disso é a própria religião africana que condensou-se nessas terras brasileiras por razões sociológias e políticas que serão abordadas em outro tópico posteriormente. O Candomblé trouxe consigo uma gama profunda de cantigas e lendas Yorubás e de outros grupos, porém o tempo, a mistura de tribos africanas antes sem ligação, o convívio com o idioma português e a pressão governamental em favor da aculturação, terminaram por relegar ao esquecimento soma importante desse conteúdo. A Umbanda, sincretismo religioso consolidado com bases candomblecistas, kardecistas e católicas, já nasceu utilizando o Português, salvo raras expressões africanas, como as invocações dos orixás. Um exemplo disso é o Odoya Yemanjá! Laroye Exu! e assim por diante.
Todo esse processo ocorre pela necessidade da praticidade que os povos têm. Assim como o alfabeto Maximiliano (que ainda hoje vive através das letras maiúsculas do teclado de computadores), renovou e tornou mais viável a escrita, os idiomas ascendem em franca expansão, contudo há de se pensar que mesmo que certos idiomas caiam em desuso, seu conteúdo precisa ser preservado para as futuras gerações entenderem melhor seu passado, assim como é feito com o Latim, que mesmo já oficializada como "língua morta", ainda conserva estudiosos e falantes (além da Cidade do Vaticano tê-lo como idioma oficial).
De toda forma, o certo é que a maior parte dos idiomas falados há de desaparecer nesse século, seja pela imposição da internet com sites escritos em inglês ou pela falta de interesse das atuais e vindouras gerações em relação à língua de raíz. Caso que se pode citar é o grupo dos descendentes incas habitantes da Bolívia, Equador e Peru, que não veem mais o porquê de aprenderem o Quíchua, fala corrente desse grupo indígena, substituindo-o pelo Espanhol. Pode-se entender isso como uma rápida conversa com os imigrantes bolivianos em São Paulo ou os peruanos e equatorianos no Rio de Janeiro. Apenas os que possuam quarenta anos em diante têm a possibilidade de um raso conhecimento idiomático do Quíchua. Abaixo dessa idade, somente um estudante formal do idioma o conhecerá e será falante. Eis mais um belo idioma que fenece...
Outro caso curioso é o grupo dos ciganos, que mesmo fechando-se em comunidades restritas e querendo se manterem distantes das outras culturas, tem visto a corrupção idiomática, mesmo que lenta, de sua fala. O Romani (ou Romanês, ou Romanô), hoje já não preserva o conteúdo léxico do passado. Inclusive, muitos ciganos, já sendentários, nem mesmo utilizam tal língua para a comunicação e sim o idioma da região onde habitam.
Lembremos da grande imigração chinesa que vem ocorrendo no Brasil nos últimos anos. Muitos cidadãos chineses têm vindo do oriente para trabalharem em pastelarias e ofícios do gênero. E qual o brasileiro que não deparou-se curioso de entender o que os mesmos conversam entre si quando estão entre um lanche e outro? Aí vem, certamente, mais um grupo linguístico para somar com os demais que constrõem o Português desse país. Os mulçumanos que habitam e apregoam sua fé nas esparsas mesquitas brasileiras, começam o estudo do Árabe por aqui de forma que muitos vão citando passagens do Alcorão no texto original.
Muitos grupos vêm por aí e o que resta é ver o tempo passar e entender que todas as alterações existem por necessidade de uma expansão do gênero humano. O texto não foi necesário para englobar tudo o que esse fascinante tema linguístico-sociológico tem para oferecer, porém que ele seja uma introdução ao tema para que mais e mais pessoas possam continuar preservando a cultura e as suas produções.
http://pierromascarado.blogspot.com/2010/10/o-diario-de-pierro.html

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